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Bolsa sobe 8,9% e lidera aplicações em novembro

Alta é a maior desde maio; caderneta paga 0,5% no mês

FABRICIO VIEIRA

Após esfriar no fim de outubro, a Bolsa de Valores de São Paulo voltou a mostrar força em novembro. No mês, acumulou valorização de 8,93% -seu melhor resultado desde a alta de 12,4% registrada em maio passado.
Enquanto o mercado de ações segue com fôlego, as aplicações que pagam juros testam seu piso -e cada vez mais estão longe dos tempos em que pagavam ao menos 1% ao mês.
Os fundos de renda fixa apareceram como os de melhor resultado médio no mês, com retorno na casa de 0,74% (sem descontar IR nem taxa de administração). Para os DI, que acompanham mais de perto as oscilações da taxa básica, a rentabilidade média ficou em 0,66%. O CDB pagou 0,63%.
A poupança, que voltou a ser encarada como uma aplicação interessante nos últimos meses, deu retorno de 0,50%. Sua vantagem é a de não cobrar IR nem taxa de administração, como acontece com os fundos.
O dólar, apesar da apreciação de 0,57% registrada ontem, chegou ao fim do mês com queda de 0,17%, vendido a R$ 1,754.
Como o Ibovespa -que reúne os 62 papéis mais negociados- encerrou o mês rondando seus níveis mais elevados de 2009, aos 67.044 pontos, analistas e investidores têm questionado se as ações brasileiras não estariam muito caras.
"Se é verdade que tem ficado no ar uma incômoda sensação de que já avançamos demais, não deixa de ser menos verdadeiro que os atuais patamares gozam de fundamentos relevantes. A Bovespa reflete o estado geral do ânimo com o país", diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Investimentos.
O bom desempenho da Bolsa brasileira ocorreu mesmo com o fato de o governo ter decidido taxar com IOF as aplicações feitas com capital externo. A decisão esfriou a entrada de dinheiro externo na Bolsa.
O saldo das transações realizadas em pregão com capital externo estava positivo em R$ 721,6 milhões no último dia 26. Esse é o montante mais fraco desde junho.
O resultado da Bolsa no mês poderia ter sido ainda melhor, se não fosse o susto que Dubai (Emirados Árabes) deu no mercado na semana passada.
A ameaça do conglomerado estatal Dubai World de anunciar a moratória de sua dívida internacional abalou o mercado financeiro global.
Ontem, as Bolsas terminaram no vermelho na Europa e tiveram pequenas altas em Wall Street. A Bovespa, depois de resistir durante boa parte do pregão, terminou o dia com leve baixa de 0,06%.
A queda das ações de Vale e Petrobras, que concentraram 15% da movimentação de ontem, pesou no resultado final do Ibovespa.
A ação preferencial "A" da Vale registrou depreciação de 1,23%, enquanto Petrobras PN terminou com recuo de 0,25%.

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